22 de ago. de 2014

Na trilha do Easy Rider

Ao cruzar os Estados Unidos com as potentes e estilosas motocicletas, a dupla de protagonistas do clássico filme Easy Rider, de 1969, revelou um país marcado pelo moralismo truculento, racismo aflorado e alienação cultural, especialmente em suas regiões interioranas (é possível até perceber o lado paranoico que, desde então, vem consumindo parte deste povo). E todos os conflitos humanos apresentados neste road movie, dirigido por Dennis Hopper, acabam ganhando amplitude, mas sem forçar a barra, por uma trilha sonora de primeira grandeza do rock and roll. Steppenwolf, The Byrds, The Holy Modal Rounders, The Electric Prunes, Roger McGuinn e The Jimi Hendrix Experience, entre outros nomes, compartilham do mesmo espirito libertador que unia os jovens menos acomodados da época, tidos como subversivos pr boa parte da sociedade estadunidense.

12 de ago. de 2014

Funk com sotaque britânico

Sempre a garimpar as sonoridades mundo afora, o Cantos e Cantigas captou ondas funkeadas intensas que vinham de um lugar, aparentemente, distante das regiões de onde surgem os grooves mais respeitados do mundo e de todos os tempos. Assim, chegamos ao Ian Carr's Nucleus, projeto deste músico escocês radicado na terra da rainha. Fazendo uma mistura encorpada de jazz e rock, desde o início da década de 1970, o trabalho rendeu obras surpreendentes dentro da cena fusion, mas longe de classificações precipitadas.

Entre as pérolas desta iniciativa, está o álbum Roots, de 1973, lançado pelo selo Vertigo. Abaixo, compartilhamos "Capricorn", a segunda faixa do lado B do disco, que traz um diálogo impressionante entre o trompetista Ian Carr e o saxofonista Brian Smith, sem falar da presença marcante da cozinha hipnótica emanada por Roger Sutton (baixo) e Clive Thacker (bateria). Interessante como a canção vai ganhando forma até preencher todos os espaços sônicos possíveis. Para surpresa de muitos conterrâneos, o brasileiro Aureo de Souza garante aquela malemolência tropical ao usar os elementos percussivos no momento certo.

P.S.: desculpe-nos pelos pulos no meio da faixa.


4 de ago. de 2014

Dualidade sonora

Em setembro de 2004, junto com a chegada da primavera, a capital paulista foi iluminada por este encontro entre o gambiano Foday Musa Suso e o norte-americano Jack DeJohnette. A soma dos sons vindos do kora, instrumento criado a partir da harpa, e da bateria nos faz viajar pelo mundo de forma imaginária sem precisar saber qualquer idioma, transcendendo qualquer fronteira ou limite imposto pelo homem. Mais um exemplo de como a música gera uma força agregadora incalculável, que dispensa as formalidades, acordos diplomáticos ou interpretes. O Cantos e Cantigas compartilha parte dessa geografia sonora neste vídeo captado pela TV Cultura.

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