10 de nov. de 2010

Bezerra é Bezerra, mané é mané

Ao ler o jornal dia desses, vejo uma matéria sobre o novo disco do Marcelo D2 com sua fotinha de divulgação a tiracolo. Até aí nada de interessante. Mas, ao ler a reportagem, percebe-se que o figura dito malandro de roupinha importada teve a cara-de-pau de regravar alguns dos clássicos de Bezerra da Silva, o personagem mais intenso e destacado do samba “gangsta” (com o perdão da palavra) que o Brasil já teve.

A começar pela capa do tal Marcelo D2 Canta Bezerra da Silva, o trabalho cheira e exala o mais puro oportunismo do marketing fonográfico. A arte do disco nada mais é do que uma desclassificada cópia do LP Eu Não Sou Santo, do mestre Da Silva, lançado em 1990. No campo musical, a situação é pior ainda. Ouvindo a faixa “Malandro é Malandro, Mané é Mané", a voz anasalada e sem levada de MD2 e os floreios sonoros tornaram o clássico uma coisinha boba a virar hit do folhetim Malhação da rede plim-plim de televisão.

Depois de querer transformar Nova Iorque em Baixada Fluminense, o fantoche malandro da EMI tenta, de forma desastrosa, assombrar o legado sambista eternizado por Bezerra da Silva, o primeiro BS da terrinha

Ressalva: propositalmente não inseri a imagem da capa do disco muito menos o link para ouvir a versão em questão. Pois o Cantos e Cantigas evita promover essa cambada de aproveitadores, mesmo sendo pelo viés negativo.

Texto publicado originalmente no http://amargem.blog.terra.com.br/

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