Décadas de 1960 e 1970. A cidade da Nova Iorque está longe de ser a meca do glamour. O racismo é latente dos bairros periféricos, como Harlem, Bronx e Brooklyn, à central Manhattan. A criminalidade e a corrupção policial ditam as regras da ilha.
Esta realidade gangster é o pano de fundo do Black Caesar, de 1973. O filme de Larry Cohen, remake de Little Caesar, de 1931, traz a ascensão e queda do personagem Tommy Gibbs, um negro de fino trato que entrou na escola da máfia nova iorquina, estagiou na prisão e se formou como o dono do pedaço.
Entre tiroteios, socos, acertos criminosos e as demais características da marcante cena Blaxpoitation - linha cinematográfica referenciada por Quentin Tarantino -, o suingue pesado de James Brown dá o tom sônico do começo ao fim do longametragem. Esta empreitada do Godfather of Soul conta com Fred Wesley, trombonista e líder da banda JB´s, fazendo sua estréia na trilha desta obra audivisual.
A potente "Down and out in New York City", sampleada por muitos rappers, conduz a introdução de Black Caesar. A seguir, entram "Blind Man Can´t See It", "Sportin´ Life", "Darty Harri", "The Boss" e por aí vai. Em meio ao vocal inconfundível de James Brown, surge "Mama Fellgood" com a voz de Lynn Collins em primeiro plano.
Se as imagens ficaram datadas e o figurino perdeu o estilo pelas marcas brasileiras que apenas copiam os "gringos", a música atemporal cai bem nas caixas de som e nos fones de ouvido da rapiziada ligada ao funk e à música.
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