24 de nov. de 2010

Coisas da vida urbana

A gente procura sempre manter-se informado e atualizado no intuito de aproveitar a programação cultural da cidade (pelo menos tentar). Pega a revista mensal do SESC, acessa a internet diariamente, cadastra-se em mailings descolados, conversa com os amigos via redes sociais e por aí vai. Porém, às vezes, acaba-se sabendo de eventos somente depois de ele ter sido realizado (seria melhor nem saber?). Por mais agilizado que alguém seja, algo vai passar batido. Vira e mexe o Cantos e Cantigas cai nessa como pato. O veredito mais próximo foi em setembro, quando descobrimos a apresentação de Nosaj Thing, no MIS-SP, só que um dia após o acontecido.

Vacilos à parte, este episódio valeu para conhecer a fundo o trabalho de NJ, figura de traços orientais e expert em juntar tecnologia e sonoridade. Apesar da pouca idade, este norte-americano, herdeiro sônico do Flying Lotus, tem uma capacidade indescritível ao navegar pelos ambientes da música eletrônica usando computadores e aparatos modernos como as MPCs.

Cada loop, cada corte, cada efeito, cada batida, cada vinheta emitidos pelos moduladores analógicos e digitais controlados pelo artista promovem uma sensação harmônica e contemplativa. Quem assistiu ao vivo a performance de Nosaj por aqui deve ter passado, no mínimo, por uma experiência sonora diferenciada. Para nós, simples mortais metidos a besta, fica o gostinho do set do DJ, durante o KEXP, em Seatlle, EUA. Vale pela qualidade de som e imagem.

18 de nov. de 2010

Do dub ao rap na bagagem sonora

Há uns dois anos, ao assistir o documentário Dub Echos, um dos entrevistados declara que, atualmente, as produções sonoras mais relevantes de origem jamaicana acontecem em outra ilha, a Inglaterra, gepeesse falando, em Londres. De certa forma, é uma infelicidade tamanha, diriam os puritanos. Por outro lado, os ritmos dubianos, ao ganharem o visto inglês, se esplalharam pelo mundo e se distanciaram do caráter datado dos anos de 1970, influenciado e possibilitando novos caminhos polifônicos.

Na onda musical malemolente da geração 3.0, o multifacetado Wayne Lotek apresenta um trabalho de respeito. Parceiro de longa época de Roots Manuva, este filho de mãe jamaicana e pai "lórdico" (mesmo caso de Bob Marley e tantos outros) passeia do reggae ao rap de maneira harmônica e positiva.

Para viajar nesta mochila sonora, confira o youtube-video de "The Rudest Dude", em que Lotek apropria-se da canção original  "In a Dancing Mood" e, transvestido de Delroy Wilson, faz homenagem aos lendários MC Delroy Wilson e produtores Bunny Lee e Prince Jammy. Já em "Control Alt Del", o figura, que hoje vive na Austrália, mostra sua criatividade pelas levadas da rima.

10 de nov. de 2010

Bezerra é Bezerra, mané é mané

Ao ler o jornal dia desses, vejo uma matéria sobre o novo disco do Marcelo D2 com sua fotinha de divulgação a tiracolo. Até aí nada de interessante. Mas, ao ler a reportagem, percebe-se que o figura dito malandro de roupinha importada teve a cara-de-pau de regravar alguns dos clássicos de Bezerra da Silva, o personagem mais intenso e destacado do samba “gangsta” (com o perdão da palavra) que o Brasil já teve.

A começar pela capa do tal Marcelo D2 Canta Bezerra da Silva, o trabalho cheira e exala o mais puro oportunismo do marketing fonográfico. A arte do disco nada mais é do que uma desclassificada cópia do LP Eu Não Sou Santo, do mestre Da Silva, lançado em 1990. No campo musical, a situação é pior ainda. Ouvindo a faixa “Malandro é Malandro, Mané é Mané", a voz anasalada e sem levada de MD2 e os floreios sonoros tornaram o clássico uma coisinha boba a virar hit do folhetim Malhação da rede plim-plim de televisão.

Depois de querer transformar Nova Iorque em Baixada Fluminense, o fantoche malandro da EMI tenta, de forma desastrosa, assombrar o legado sambista eternizado por Bezerra da Silva, o primeiro BS da terrinha

Ressalva: propositalmente não inseri a imagem da capa do disco muito menos o link para ouvir a versão em questão. Pois o Cantos e Cantigas evita promover essa cambada de aproveitadores, mesmo sendo pelo viés negativo.

Texto publicado originalmente no http://amargem.blog.terra.com.br/

No mesmo espaço

Envolvidos pela energia dos espaços.
SP - 2010

8 de nov. de 2010

Transporte Alternativo

Longe das formas socilamente impostas, um anônimo momento de fazer o que se gosta.
Boiçucanga - SP 2010. Por Priscila Aoki

5 de nov. de 2010

Nublue Light


Um noite transformada por sons e luzes.
Sesc Pompéia - 29.10
   
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