Fela Anikulapo Kuti trilhou sua carreira musical em meio às questões políticas, que culminavam na valorização da cultura africana, em especial a do norte. As palavras e as atitudes deste nigeriano conficto proporcionou reflexões mundo afora sobre a equação capitalista na qual os ricos exploram os pobres (relação coroa-colônia). Fela era irreverente, multi-instrumentista e revolucionário. Se foi em 1997.
Para amarelar o sorriso dos barões que o tentaram calar, a inquietude social e sônica de FK segue via os grupos influenciados pelo afrobeat. Orchestra Antibalas e Chicago Afrobeat Project são exemplos respeitáveis. Porém, seu legado é transmitido de maneira ainda mais intensa por meio de seus dois filhos, Femi e Seun.
O mais velho, Femi, tem sua trajetória sólida na fusão de jazz, funk e ritmos nigerianos. Suas apresentações são memoráveis e repletas de energia. Agora, Seun, vinte anos mais novo, parece incorporar a lendária figura do pai, que veio a falecer quando o garoto completava seus quatorze anos. Neste concerto realizado em Dakar, em 2005, Seun compartilha o palco com a banda Egypt 80, o saxofonista Manu Dibango e o baterista Tony Allen. O evento foi idealizado para reforçar a luta contra a malária, doença aliada da probreza africana desde os ancestrais dos Kuti.
Um comentário:
Você disse “palavras e atitudes”. Isso é raro. Não pude deixar de fazer um paralelo com o cantor de rap K´Naan, nascido na Somália. Uma de suas músicas fala sobre a resistência do seu povo no continente Africano. Chama-se Wavin´Flag. História bonita? Não. Ele vendeu sua música para a Coca-cola, que mudou um pouco a letra e virou a música da Copa do Mundo de 2010. Não sei quem escolheu. Eu não fui. Nem o povo da Somália. Deixa pra lá, foram só palavras.
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