28 de jul. de 2011

A máscara aparece no 45TH Montreux Jazz Festival

No último dia quatorze de julho, o palco Nouveau, do tradicional Festival de Montreux, recebeu a presença do mascarado MF Doom acompanhado pelo Robert Glasper Experiment. O emcee que representa a Stone's Throw Records ainda contou com a participação de Masta Ace e Marco Polo, aguçando o tom hip hopiano durante o 45ª edição do evento.

27 de jul. de 2011

"Cause for Alarm"

Independente das preferências e afinidades de cada par de ouvidos, o selo Ninja Tune frequentemente abre os caminhos sônicos alternativos. Nessa guia, chega o quinteto inglês The Heavy com uma mistura saborosa de sons, permeada pela influência de rock, ska, soul e funk, por exemplo.  No videoclipe abaixo, a banda faz a gente balançar em meio às ideias reflexivas de "Cause For Alarm".

26 de jul. de 2011

A origem Da Lama ao Caos

O Som do Vinil, veiculado no Canal Brasil todas as sexta-feiras, às 21h30, mais do que focar em gravações de discos, revela um panorama da música brasileira além dos rótulos e do tempo. Em um dos episódios,  o músico-pesquisador-apresentador Charles Gavin resgata a cena sonora que eclodia na capital pernanbucana em meados dos anos1980, culminando na obra Da Lama ao Caos, do inquieto Chico Science e Nação Zumbi, em 1994. Por meio de entrevistas e fatos da época, o episódio do programa reconstrói e contextualiza a trajetória de um dos grupos mais significativos que surgiu no país há duas décadas, independente da visão crítica de cada um.

22 de jul. de 2011

Numa tarde, fomos apresentados ao Tiken Jah Fakoly

Num fim de tarde espetacular, em pleno mês de junho de 2005, o campo de futebol do Sesc Interlagos, localizado na zona sul da capital paulista, se transformou para receber o concerto de artistas brasileiros e franceses. Era uma homenagem ao ano do Brasil na França. Na programação, entre os nomes conhecidos do público como Firebug e Manu Chao, aparecia o do Tiken Jah Fakoly, até então inédito por aqui.

Quando chega o momento da apresentação de TJF, surge uma banda de reggae completa no palco e, de repente, entra uma figura com seus dreadlocks ao vento pulando de lá pra cá e de cá pra lá. De vocal marcante e sotaque peculiar, proporcionado pela origem africana em um país colonizado pelos franceses, o som torna-se rapidamente amistoso aos ouvidos presentes. Música por música, os pés e quadris da plateia são contagiados pela malemolência disparada pelas caixas acústicas. As crianças e os menos preocupados com o comentário alheio se deixam  levar pela dança e pela sagrada luz do astro rei se pondo no horizonte.

Sobre os aplausos e a participação do público, Tiken Jah Fakoly ecoa "Tonton d America" durante um concerto na capital francesa, em 2008.

21 de jul. de 2011

A malemolência punk do The Clash

Influenciado pelo movimento punk e pela cultura jamaicana que contagiava a juventude proletária na terra da rainha, no início dos anos1970, o The Clash soube como poucos usar essas referências para transformar numa unidade sônica. Longe das canções populares do grupo inglês, "Revolution Rock", lançada no álbum London Calling, de 1979, revela todo o suingue da música reggae emanado pelo Clash. A música traz uma linha cabulosa de baixo, acampanhada por guitarra, bateria, percussão, orgão e naipe de metais. No vocal, Joe Strummer completa a positividade de "Revolution Rock".

"...This here music mash up the nation
This here music cause a sensation
Tell your mamma, tell your pa everything's gonna be all right
Can't you feel it? Don't ignore it
Gonna be alright
Revolution rock..."



20 de jul. de 2011

As aventuras do Beastie Boys

Dirigido por Spike Jonze, o novo vídeo "Don´t Play No Game That I Can´t Win" inseri o trio nova-iorquino ao universo  G.I. Joe. Trocas de tiros e emboscadas são registradas de forma cômica e surreal. Nos mais de onze minutos de trama, MCA, Ad-Rock e Mike D são espécies de agentes perseguidos por um grupo que tenta eliminá-los usando as mais bizarras artimanhas. Mas no final quem será que vence? Os mocinhos ou os vilões?

19 de jul. de 2011

A maturidade de estreia do jovem Del

Capa de I Wish My Brother George Was Here.
Ao ouvir I Wish That My Brother George Was Here percebe-se a maturidade que o garoto Del Tha Funkee Homosapien já possuia como rapper. Lançado pelo selo Elektra, em 1991, o disco marca a estreia do jovem de Oakland, California, EUA. Buscando seu próprio estilo de compor seus sons, carregados de ironia e criatividade, Del sempre se diferenciou da maioria dos rappers locais, influenciada pelo gangsta rap.

Em IWTMBGWH, as rimas cabulosas do emcee sobrepõem as bases produzidas pelo DJ Pooh que alicerçou o álbum com vários samplers do Funkadelic, Parliament e P-Funk, projetos sônicos do mestre George Clinton, entre outros clássicos da música suingada. Aliás, o nome da obra é uma referência ao grão-vizir do funk. Potências como "What´s Is a Booty", "Dark Skin Girls", "Ahonetwo, Ahonetwo", "Dr. Bombay", "Sunny Meadowz" e "Same Ol' Thing" levam a imaginação e os pés às atmosferas mais distintas.

Neste ano, em que a obra completa vinte anos de vida, o som de DTFH mantém seu clima espirituoso e atemporal, sem precisar de retoques ou qualquer uma dessas classificações ditas vintages.

Abaixo, a faixa "Dr. Bombay", de  I Wish That My Brother George Was Here.

18 de jul. de 2011

Domínio sobre as bolachas

Finalista da costa leste norte-americana no DMC World DJ Championship 2011, o DJ Precision, de Nova Iorque, coloca em prática suas habilidades com as bolachas, em mais de nove minutos sem corte. No dia seis de agosto rolará a final estadunidense.


13 de jul. de 2011

A banca do sagrado Wu-Tang Clan

A força dos emcees ninjas invadiu a MTV europeia em 1997. No embate sônico de "Thriumph", O'Dirty Bastard, Method Man, U-God, RZA e Masta Killa assumem o microfone com agresividade e atitude, marcas deixadas pelo legado do octeto marcial oriundo do Brooklyn, bairro sagrado do rap nova-iorquino.

11 de jul. de 2011

Homenagem sônica a Gandhi

Era 1981, ano em que o ex-ator Ronald  Reagan tornava-se o quadragésimo presidente estadunidense e o canal Music Television entrava no ar. No cenário musical, o rock tomava  novos rumos ao se fundir ao punk e as bandas pop ganhavam projeção mundial. Grandes turnês e grandes festivais pipocavam mundo afora. No mesmo ano, Robert Niesta Marley deixava esse plano terreno.

Na contramão do império fonográfico, o indiano Ravi Shankar com seus 84 anos lança uma das obras mais contemplativas do início da década, Homage To Mahatma Gandhi. O disco, composto pelos temas "Tala Farodast", "Raga Gara" e "Raga Mohan Kauns" (Rupak tala), é pura energia, tanto no aspecto sônico como no espiritual. A combinação harmônica das citaras em sintonia à rítmica percussiva, emanada de instrumentos como a tabla, leva nossa percepção sensorial a diferentes atmosferas.

Em tempos em que a cultura dos anos 1980 é mal-tratada pelas tendências ditas comportamentais e os norte-americanos alimentam o ódio contra grande parte dos povos do Oriente, revivamos a obra em homenagem a um dos seres humanos mais exemplares da trajetória homo sapiens.

8 de jul. de 2011

Monumento ao rap

Em tempos em que o rap parece estar saturado devido ao alto nível de ostentação propagado por figuras estilo "pimp" herdado de forma distorcida dos pesados gansta. Pois ser "o cara" ou "a mina" passou a ser o discurso repetitivo sobre as bases produzidas na intenção de grudar na cabeça, o tal chiclete cerebral. Na contramão desta superficialidade de carinha fechada, a junção de Pete Rock e Smif-n-Wessun chega para dar aula de como se faz rap de responsa.

No recém lançado Monumental, a dupla Tek e Steele assume o microfone com sua levada originial e cadenciada enquanto Pete Rock coloca em prática seu vasto conhecimento produtivo adquirido nos anos e anos de estúdio e apresentações ao vivo. Para tornar o álbum ainda mais enriquecedor e universal, o trio convidou Bun B, Raekwon, Styles P, Sean Price, Pharoahe Monch, Buckshot, Black Rob, Freeway, Memphis Bleek, Rock (Heltah Skeltah), Hurricane G, Top Dog (Boot Camp Clik) e Jahdan (Noble Society).

Laçando em 2011 pela Duck Down Records nos formatos CD, MP3 e LP, Monumental apresenta 14 pancadas sônicas que representam uma escola atemporal do hip-hop. Rap de atitude sem precisar ganhar ibope de camisa aberta, maquiagem de mal elemento e um bando de falsos trutas.

5 de jul. de 2011

Sobras e pensamentos

"Famintos, eles digladiam-se pelas migalhas deixadas no pote do poder."

Rodrigo Ventura

4 de jul. de 2011

As texturas universais de Prefuse

As sonoridades estão por aí, propagando-se pelo ar. Sem limites, sem domesticação, sem rótulos, sem data de validade para quem foge das mesmices duramente impostas pelo escudo midiático usado pelas gravadoras no intuito mercantilista de conter as ondas alternativas provocadas pela atmosfera online. Enquanto a crise econômica alimenta o ufanismo no dito primeiro mundo, Prefuse 73 segue manejando suas parafernálias eletrônicas trazendo sua universalidade sônica aos nossos ouvidos.

No mais recente The Only She Chapters, o produtor e músico compartilha sua intensa experiência, nos levando para dimensões auditivas isentas de formatos e estruturas pré-estabelecidas. A combinação de instrumentos musicais, vozes, sons distorcidos e loops atemporais surge como a água do rio, o vento sobre as folhas, o estrondo do trovão em pleno horizonte. Puro e simplesmente a natureza que emana de dentro para fora. Essa é somente uma percepção das infinitas fendas deixadas por TOSC, de 2011. Ouvir e seguir ouvindo não será repetitivo. Será contemplativo.
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